Mensageiro de Jesus

“O amor pode, sim, vencer o egoísmo”

O quarteto

O quarteto

Em suas pregações, Jesus valorizou muito o uso das parábolas, isto é, o ensinamento de verdades morais ou religiosas através da descrição de fatos da vida comum. Não são só as crianças que gostam de ouvir história; também nós adultos gostamos, e as recordamos com facilidade.
Uma das parábolas mais conhecida do Evangelho é a do Bom Samaritano. Jesus foi interrogado por um doutor da Lei a respeito do que era necessário para se herdar a vida eterna. Em resposta o Senhor fez com que o próprio doutor descrevesse o que está escrito na Lei: “Amar a Deus de todo coração e o próximo como a si mesmo”. Questionado novamente: E quem é o meu próximo?, Jesus começou: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes… Várias pessoas viram esse homem caído à beira da estrada; as reações foram diversas: o primeiro passou longe; o segundo seguiu adiante pelo outro lado; o terceiro que era da Samaria, portanto, um samaritano, viu, sentiu compaixão e cuidou dele”(Lc 10, 25-37).
O ensinamento de Jesus estava dado. Então, disse ao doutor da Lei: “Vai e faze o mesmo”.
Cada Campanha da Fraternidade tem um tema próprio, mas sempre na mesma linha: lembrar-nos que a Quaresma, tempo de conversão, é um convite a cuidarmos mais e melhor da vida, sob todas as suas formas. A Campanha deste ano procura nos mostrar que a vida é um dom e um compromisso. É uma resposta à indiferença que parece ganhar cada vez mais espaço em nossa sociedade, como se os problemas dos outros não fossem e não são problemas nossos. Porque razão nos tornamos tão insensíveis diante do que acontece ao nosso redor? É que envolvidos por concepções individualistas e consumistas, perdemos o significado maior da existência. O que fazer para mudar isso? Deixo a resposta para a Santa Dulce dos Pobres: “Amar. O amor pode, sim, vencer o egoísmo”. O amor constrói e multiplica iniciativas.
É o amor que nos faz ver que nas pessoas que sofrem é Cristo que sofre. É o amor que nos faz ter pelo outro o carinho que Jesus teve conosco: Ele assumiu a natureza humana porque nos viu necessitados, sentiu compaixão de nós e se debruçou para nos ajudar a nos levantarmos. Ele viu em nós o rosto de seu Pai. Ele nos amou porque “Deus é amor”.
A Campanha da Fraternidade de 2020, ao tratar da vida como dom e compromisso, nos convida a uma conversão pessoal, comunitária e social. Somente a justiça, a compaixão e o amor serão capazes de reconstruir a dignidade humana perdida pelo pecado. O meu próximo é aquele de quem me aproximo e a quem dedico carinho e atenção. É aquele com qual compartilho o caminho da vida. E a vida é, essencialmente samaritana.
Os desafios são muitos? Nossos esforços darão algum resultado? Vale a pena num mundo que globaliza a indiferença, remar contra a correnteza? Só há uma resposta para essas perguntas: apontando o exemplo do Bom Samaritano, Jesus nos repete hoje: “Vai e faze o mesmo”.

Dom Murilo S. Krieger.
Arcebispo de São Salvador da Bahia

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Reinaldo

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